“Estás a ver o
Peter Pan? Qual é o personagem que gostas mais? Perguntava a Avó Catita.
Gosto de todos.
Mas gosto mais do capitão Gancho!
Mas o Capitão
Gancho é mau! Diz a Avó em choque.
Eu gosto dos
maus!” (acompanhado de sorrisinho malandreco).
Eu também gosto dos “maus”. Os “maus” balançam
as coisas. Arranjam aventuras para os “bons” serem heróis. Ajudam os “bons” a
crescer e a ultrapassar as suas limitações. Os “maus” momentos trazem grandes
dores de crescimento mas sem elas ficamos para sempre do mesmo tamanho. Às
vezes estamos tão prontos para resolver tudo e tornar tudo “bom” para os nossos
filhos que os privamos de uma grande prenda, passar por uma situação difícil e
aprender com ela. É mesmo difícil assistir e não intervir. Instintivamente só
os queremos proteger de tudo e vê-los a sorrir, mas é mesmo importante confiar.
Confiar no ser humano que eles são e na sua capacidade de resolver, aprender e
crescer. Se eu não deixar o meu filho falhar a entrega de um trabalho como vai ele
aprender a responsabilidade? Se ele não se desiludir com um amigo que não era
assim tão amigo, como vai aprender a superar uma desilusão?
Nós não vamos estar
sempre lá, em cada momento, em cada segundo da vida deles, eles precisam da sua
própria caixa de ferramentas, das suas soluções únicas e dos seus pontos de
vista especiais. O meu desafio é deixá-lo ter um mau momento e estar presente e
disponível se ele precisar de mim. Estar lá num momento mau é bom. Estar ali e
confiar enquanto ele cresce com os passos que ele decide dar pelo caminho que
ele vai fazendo. É ensiná-lo a aceitar a Vida tal como ela é, com muitas
oportunidades e desafios, com muitos Peter Pans e Capitães Gancho.
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