Ele está
triste, mesmo triste. Eu só quero que passe. Tento tudo porque dói que se farta
ouvi-lo chorar. Às vezes tento distraí-lo fazendo malabarismos variados e
figuras que espero nunca irem parar à net. Pode até sair-me um “Já passou, está tudo bem” ou um “Queres uma sandes de queijo?”. Apesar
de doloroso para os pais verem o seu filho em tamanha ebulição emocional,
estamos na verdade perante uma oportunidade única de conexão com os nossos
filhos.
E o que
temos de fazer? Nada. Estar inteira, só ali, naquele sítio escuro com eles.
Ouvir, aceitar,
empatizar e mostrar que ter qualquer uma das emoções é natural, as “boas” e as
“más”. É tão importante estar triste como estar feliz. E quando estamos tristes
temos de respeitar esse sentimento com o mesmo respeito que respeitamos uma
grande alegria. Faz tudo parte da nossa humanidade e é assim que aprendemos
sobre nós e sobre os outros. Se eu não aceito a minha tristeza, como posso
aceitar essa parte de mim? Se a minha mãe não aceita quando estou triste ou
zangado como pode gostar dessa parte de mim? É por isso que este momento de
vulnerabilidade é especial e permite aceder de uma forma única ao nosso filho e
a nós.
“Estás triste? Eu também fico triste
muitas vezes. Posso sentar-me ao pé de ti?” é tão mais
poderoso que uma sandes de queijo.
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